Quando tava procurando informações sobre o Homem Azul, encontrei o blog do Philipe, um cara que eu não conheço mas que escreve de um jeito muuito engraçado. Fui perambulando pelo blog e li uma porção de "causos" que ele escreveu, sobre sua vida mesmo, engraçadíssimos. Bom, ele nem sabe que tô postando isso aqui - e isso realmente não importa. O fato é que ler lembranças de um desconhecido me fez pensar nas minhas. E aí pimba, me veio uma baita vontade de escrever sobre algumas aqui também. Talvez até pra que eu mesma possa ler mais tarde e rir um pouco de mim mesma.
Pelo visto o tal Philipe passou por muitas situações cômicas e também por saias-justas - justíssimas, diria. Eu não tenho lá grandes coisas pra escrever, já que nasci e cresci em uma cidade e nunca saí do lugar que estou. Nunca pude sair para brincar na rua. Meus pais não mantinham muitas amizades, então quase não via outras crianças. Era eu e minha irmã, 5 anos mais nova que eu.
Brincávamos de casinha, mas nossa predileção estava na boneca magra e olhuda que já fez 50 anos - é isso aí, a Barbie. Inventávamos as mais diversas situações e tínhamos criatividade para fazer de meros farrapos roupinhas fofas para as nossas dezenas de bonecas. Bom, como nossa situação financeira não era muito favorável, a maioria delas era falsa, daquelas em que a gente pode arrancar a cabeça da boneca e colocá-la de volta. Ou até mesmo trocar de cabeças entre as bonecas, o que às vezes não resultava em um brinquedo muito bonito de se ver. Tivemos algumas Barbies originais, e a maioria foi minha irmã quem ganhou, em aniversários .
Bom, como não sabíamos costurar e tínhamos medo de espetar o dedo, colávamos tudo com fita adesiva - durex, mesmo. Enquanto confeccionávamos, os joelhos iam se enchendo de durex. O chão também, os chinelos também, e a casa toda também. Tínhamos um cômodo da casa para brincarmos, e era onde se guardava sapatos, ferramentas do meu pai, malas de viagem, e muitas bugigangas mais. Um verdadeiro ninho. Nossos brinquedo ficavam numa caixa enorme - a da máquina de lavar. Então, pra brincar, tínhamos de virá-la pra encontrar, às vezes, um sapatinho. As prateleiras de aço que hoje são usadas para guardar sapatos, eram a casinha da nossa família. Cada parte era um cômodo, assim como era a verdadeira casinha da Barbie. Quando a boneca da minha irmã casou, ela passou a fazer a casinha dela em cima das mesinhas.
Cada boneca tinha uma voz diferente. Os homens também! E os diálogos fluíam numa boa, parecia novela. Nosso sonho era fazer todas as bonecas se moverem. Era chato fazer uma festa e ter que encostá-las! Somente quatro delas se moviam, que injustiça! Só que preferíamos assim a ter que dividir as coisas com outras crianças. Pelo menos nos entendíamos e a história sempre dava certo.
O carro das nossas donzelas era uma lancheira aberta. Não como essas de hoje, que mais parecem mochilas, mas daquelas de plástico mesmo. Quando aberta, virava um conversível. E a bagagem ia toda numa espécie de carrinho acoplado logo atrás. Uma vez vimos um carrinho verdadeiro da Barbie. Nossa, fomos ao delírio! A dona do carrinho não o viu naquele dia, porque enquanto estivéssemos ali, ele seria só nosso!
Lembro quando enjoamos daquele monopólio loiro e resolvemos pintar o cabelo de uma delas de castanho. E dá-lhe canetinha! Passei um tempão pintando mecha por mecha, mas voilá! Uma Barbie morena! O efeito ficou super natural, só que com algumas lavadas depois acabou ficando desbotado, mas nada que um dia no salão de beleza pra retocar a tintura não resolvesse!
Ficava difícil também fazer festinhas sem homens. As festas juninas eram um desfalque! Só dois bonecos machos! A solução era fazer os ursinhos de pelúcia serem os companheiros fofinhos das bonecas solteiras. Fizemos de uma boneca-bebê que minha irmã ganhou da madrinha (madrinha má!) um homenzinho também. Afinal, era absolutamente careca e vestia um macacão azul celeste com branco - um perfeito homem grande, gordo e careca! Mas ainda era pouco, a estatística populacional ali estava desfalcada. Era muita mulher pra pouco homem. Então fazíamos com que os tubos de Pringles virassem companheiros altos, magros e sem braços! Coitadinhas das bonecas que ficavam com eles, nunca eram abraçadas... :( Mas nossa imaginação foi mais longe. Usamos a cabeça de uma Barbie original (quando é original a cabeça nunca mais entra) pra fazermos um homenzinho. Grudamos a cabeça de um jeito lá que deve ter sido uma bela gambiarra, passamos uma faixa no peito e no abdômen, vestimos uma calça e uma camisa, e acabamos de cortar o cabelo que já estava todo recortado. Pronto. Nossa primeira mudança de sexo no mundo das Barbies. Mais tarde usamos esse ser para fazer o papel do Júnior, pra cantar ao lado da nossa Sandy - a boneca deveras parecia com ela, já que a Sandy tem aquele olhão e aquele sorrisinho de Barbie estampado na cara. E o Júnior ficou uma be-le-zi-nha, sabe? Os dois tiveram até direito a microfones auriculares feitos de massinha, iguzlainho aos do CD que tínhamos da dupla e que garantia o repertório do nosso showzinho em cima da mesa.
Quando saíamos do nosso cômodo-casa, era pra passear. Ora íamos à praia, lá na área de serviço, onde o sol batia. A faixa com sol era a areia e a sem sol era o mar. Simples, não? Quando o sol virava e acabava aquela faixa de areia imaginável, íamos embora da praia. Mas aí tínhamos a casa na praia! Nossas Barbies eram chiques, viu? A mesa da área de serviço virava a casa de praia delas. Pra fazermos uma discoteca, íamos até a sala, à noite. Desligávamos a luz e ligávamos a TV e o som (na época, era um rádio enorme com toca-fitas, toca-discos e toca-CDs). As músicas eram de uma fita cassete tipo "Dance remix" ou algo assim. E a luz do ambiente era proporcionado pela TV. Pra dar o efeito luz estroboscópica, íamos passando os canais com chiado. Como a sala era grande, as bonecas ficavam longe uma da outra, encostadas nos sofás. Mas pra dar uma realidade, fazíamos até as "panelinhas." E olhe que nunca tínhamos ido a festas, hein?
Cada boneca tinha uma voz diferente. Os homens também! E os diálogos fluíam numa boa, parecia novela. Nosso sonho era fazer todas as bonecas se moverem. Era chato fazer uma festa e ter que encostá-las! Somente quatro delas se moviam, que injustiça! Só que preferíamos assim a ter que dividir as coisas com outras crianças. Pelo menos nos entendíamos e a história sempre dava certo.
O carro das nossas donzelas era uma lancheira aberta. Não como essas de hoje, que mais parecem mochilas, mas daquelas de plástico mesmo. Quando aberta, virava um conversível. E a bagagem ia toda numa espécie de carrinho acoplado logo atrás. Uma vez vimos um carrinho verdadeiro da Barbie. Nossa, fomos ao delírio! A dona do carrinho não o viu naquele dia, porque enquanto estivéssemos ali, ele seria só nosso!
Lembro quando enjoamos daquele monopólio loiro e resolvemos pintar o cabelo de uma delas de castanho. E dá-lhe canetinha! Passei um tempão pintando mecha por mecha, mas voilá! Uma Barbie morena! O efeito ficou super natural, só que com algumas lavadas depois acabou ficando desbotado, mas nada que um dia no salão de beleza pra retocar a tintura não resolvesse!
Ficava difícil também fazer festinhas sem homens. As festas juninas eram um desfalque! Só dois bonecos machos! A solução era fazer os ursinhos de pelúcia serem os companheiros fofinhos das bonecas solteiras. Fizemos de uma boneca-bebê que minha irmã ganhou da madrinha (madrinha má!) um homenzinho também. Afinal, era absolutamente careca e vestia um macacão azul celeste com branco - um perfeito homem grande, gordo e careca! Mas ainda era pouco, a estatística populacional ali estava desfalcada. Era muita mulher pra pouco homem. Então fazíamos com que os tubos de Pringles virassem companheiros altos, magros e sem braços! Coitadinhas das bonecas que ficavam com eles, nunca eram abraçadas... :( Mas nossa imaginação foi mais longe. Usamos a cabeça de uma Barbie original (quando é original a cabeça nunca mais entra) pra fazermos um homenzinho. Grudamos a cabeça de um jeito lá que deve ter sido uma bela gambiarra, passamos uma faixa no peito e no abdômen, vestimos uma calça e uma camisa, e acabamos de cortar o cabelo que já estava todo recortado. Pronto. Nossa primeira mudança de sexo no mundo das Barbies. Mais tarde usamos esse ser para fazer o papel do Júnior, pra cantar ao lado da nossa Sandy - a boneca deveras parecia com ela, já que a Sandy tem aquele olhão e aquele sorrisinho de Barbie estampado na cara. E o Júnior ficou uma be-le-zi-nha, sabe? Os dois tiveram até direito a microfones auriculares feitos de massinha, iguzlainho aos do CD que tínhamos da dupla e que garantia o repertório do nosso showzinho em cima da mesa.
Quando saíamos do nosso cômodo-casa, era pra passear. Ora íamos à praia, lá na área de serviço, onde o sol batia. A faixa com sol era a areia e a sem sol era o mar. Simples, não? Quando o sol virava e acabava aquela faixa de areia imaginável, íamos embora da praia. Mas aí tínhamos a casa na praia! Nossas Barbies eram chiques, viu? A mesa da área de serviço virava a casa de praia delas. Pra fazermos uma discoteca, íamos até a sala, à noite. Desligávamos a luz e ligávamos a TV e o som (na época, era um rádio enorme com toca-fitas, toca-discos e toca-CDs). As músicas eram de uma fita cassete tipo "Dance remix" ou algo assim. E a luz do ambiente era proporcionado pela TV. Pra dar o efeito luz estroboscópica, íamos passando os canais com chiado. Como a sala era grande, as bonecas ficavam longe uma da outra, encostadas nos sofás. Mas pra dar uma realidade, fazíamos até as "panelinhas." E olhe que nunca tínhamos ido a festas, hein?
É, mas o tempo de ir a festas veio e as bonecas foram esquecidas dentro da caixa. Uma pena saber que aquela criatividade e imaginação se foram. Sim, certa vez tentamos arrumar nossas bonecas outra vez, mas não conseguimos.
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Um pokinho sobre mim *-*
Rsrsrs' tomara q voces tenham gostado viu...
Amoôôo voces :3...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEu também era fanática por Barbies... Tinha onze, e meu único Ken meu irmão quebrou a cabeça. Tenho todas até hoje, e semprbrinco com a minha prima de 4 anos!!
ResponderExcluirhappy-charllote.tk
Queria saber se vc aceita afiliação!!Beijos
ResponderExcluirhappy-charlote.tk
Intaum a Sua infansia Mana foi Igual a mInha kkkkkk somos gemeas mesmo
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